Tenho por costume observar as pessoas e tentar entender o jeito de ser e pensar de cada um. Não para julgar nem para avaliar, mas para entender mesmo o que motiva cada ação e reação.
Em algumas situações do dia-a-dia podemos ver isso com mais destaque. No trânsito por exemplo, quando se forma uma grande fila, uns aguardam calmamente, outros escutam música ou falam ao celular, alguns ficam pensando em como encontrar uma rota melhor, um horário alternativo ou outro meio de transporte, e também existem aqueles que buzinam incansavelmente, gritam e tentam a qualquer custo “matar” todos os que estejam a sua frente.
A coisa é tão interessante que todas as ciências tentam explicar de alguma maneira o “jeitão” de ser de cada um. Na psicologia isso é trato como quatro temperamentos principais, na medicina chinesa são as influências energéticas dos cinco elementos e o equilíbrio entre o Yin e Yang, na medicina ayurvédica tudo se divide também em cinco elementos e três doshas que distribuídos formam toda a constituição física e mental do individuo, já na astrologia existem quatro elementos básicos e suas doze subdivisões (os signos) que constroem o temperamento da pessoa.
E de nada servem todas essas classificações e definições se quando precisamos nos comunicar não conseguimos nos entender com o outro, quando a maneira de pensar é diferente. O desafio então está em descobrir e ajustar sua mensagem para o estilo da outra pessoa.
Explicando alguma coisa
- Algumas pessoas preferem que você comece pelo começo, explicando tudo até chegar a conclusão;
- Outras, preferem que você vá “direto ao assunto”, isto é, que comece pelo fim;
- Algumas pessoas só se sentem confortáveis se você começar pela visão geral;
- Outras, querem que comece pelos detalhes, montando as peças aos poucos;
- Há pessoas que não querem ouvir muito, mas querem ver ou experimentar primeiro;
- Mas também há os que querem ouvir tudo antes de experimentar. Às vezes, nem querem saber de experimentar. Ouvir já é o suficiente.
Falando a mesma língua
Quando nos comunicamos dentro do modo preferido de organização mental do interlocutor o nível de entendimento por parte dele é maior, ou seja, tudo fica mais “familiar” e agradável.
Se nossa maneira de pensar é semelhante a de quem nos dirigimos, a conversa fica fácil e qualquer assunto ou negociação flui sem muitos obstáculos. Difícil é quando se “alterna” para uma organização mental muito diferente da nossa.
Os vendedores são exímios conhecedores destas variações e durante uma negociação utilizam sempre o padrão do cliente, buscando entender o que eles querem ou não querem e mostrar o produto sempre de uma forma mais agradável, convincente e atrativa.
Quando é preciso resolver conflitos entre pessoas esses conhecimento também são bem úteis.
Em situações no ambiente de trabalho e nos relacionamentos pessoais compreender um pouco cada tipo de pessoa também facilita a compreensão e comunicação com os demais.