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O perfil dos estudantes de universidades públicas

Desde meiados de 2007 minha empresa fica dentro da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). De lá pra cá tenho observado o perfil do estudante da universidade pública. Não cursei Universidade Publica, então não tinha tido tal vivência até então.

Segundo um cruzamento de dados feito pelo IBGE, 59,9% dos estudantes de universidades públicas têm renda entre os 20% mais ricos da população. Por outro lado, os 20% mais pobres ocupam apenas 3,4% do total de vagas. Abrindo o leque, avaliando a parcela 60% mais pobre da população, apenas 17,1% são estudantes de universidades publicas.

Outra pesquisa, avaliou a participação dos 20% mais pobres em instituições particulares e públicas, o total reduziu para apenas 0,9%.

Estes dados são facilmente percebidos ao pegar um ônibus para a UFJF.

Não tenho nada contra as pessoas com melhores condições financeiras. Minha analise aqui é quanto a oportunidade ?retirada? das classes mais pobres. Quando penso em universidade pública, penso em primeiro atender a população que não tem condições para o ensino privado.

O playboy estuda, o pobre trabalha

Números as vezes confundem as pessoas, vamos olhar por outro prisma. Em uma família de classe média ou alta, as crianças e os jovens estudam (em colégio particular certamente) e podem se dedicar exclusivamente nesta função. Outras atividade seriam o inglês, a natação, aula de música (isso é coisa do passado né?) ou musculação. Já os jovens das classes sociais menos favorecidas normalmente trabalham para ajudar em casa, o que dificulta a dedicação e concentração nos estudos.

Quando estes ?dois mundos? se inscrevem em um vestibular não é difícil imaginar o resultado final.

Colocando uma lupa, dando um zoom neste cenário, veja que o jovem das classes sociais mais ricas quando vai se preparar para o vestibular tem a oportunidade de fazer um cursinho, um intensivo e participar de simulados. Os jovens mais pobres certamente estarão no momento da vida onde estarão sendo pressionados pelos pais para ?darem um jeito na vida? ou, ao menos, colaborarem mais em casa, trabalhando.

Este não é um post com respostas. É um post para suscitar perguntas.

Cotas?

Em outro post falarei sobre o sistema de cotas. Mas, acredito que determinar uma parte das vagas para os negros não seja o suficiente.

Para diminuirmos as diferenças sociais é preciso ser mais colaborativo e encontrar melhores maneiras de ?alcançar? os menos favorecidos.

O Perfil Ideal

Acredito que o perfil ideal seria ao menos 50% das vagas sendo destinadas para pessoas socialmente necessitadas; seja pela cor, pela renda, pelo local de moradia, condições familiares ou algo mais tangível que apenas a cor.

E você?

O que tem pensa a respeito?

Tiago Gouvêa

Full-stack Developer, fazendo códigos desde o século passado. Criador da metodologia "Aprender programação em 20 horas" e diretor da startup App Masters, voltada para o desenvolvimento de aplicativos. Apaixonado por tecnologia e viciado em café.

Respostas (1)

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  1. Matt

    Concordo plenamente, esse caso não deveria ficar de lado cota para negros não vai melhorar em nada neste ideal de “igualdade”, para começar o ensinos em colégios públicos é uma vergonha também.

    Todos deveriam se lembrar que o conhecimento é imprescindível para o desenvolvimento de uma nação… Mas é claro que quando se trata de política deixar o povo desprovido de conhecimento o leva á se tornar um público de fácil enganar, quando falamos desse assunto acabamos tocando em vários tópicos que mostram o podre de nossa sociedade a educação e a base de tudo se uma sociedade for construída sem esse alicerce… Bem você já deve imaginar …