Muito se tem falado sobre redes sociais, a adesão em massa a estas plataformas e também a propagação rápida de qualquer tipo de informação, relevante ou não (como a Luiza, que estava no Canadá). Este fenômeno “social” retrata o comportamento de rede, mas, é apenas uma das representações de uma ciência até pouco inexplorada.
Redes sociais não são sites de relacionamento online. Como o nome está dizendo, elas são sociais mesmo, não digitais ou virtuais. As pessoas no ambiente de trabalho formam uma rede, com comportamento, papeis e funcionamento bem distintos da rede formada na faculdade, no condomínio, na associação de bairro, em redes neurais, de animais ou colônia de insetos… todas estas são demonstrações de redes sociais.
Mas do que se trata “redes”, afinal? A questão pode ser resumida de maneira simples. Seres humanos vivem em coletividades e estabelecem relações entre si, tais relações podem ser vistas como conexões. Três ou mais seres humanos pode formar uma rede social, que nada mais é do que um conjunto de relações, conexões ou caminhos. Há rede quando existir mais de um caminho entre dois membros.
Segundo Augusto de Franco “Redes sociais são padrões de organização em que há abundância de caminhos.”.
O irmão de um funcionário tem uma tia casada com um militar que tem um primo vizinho de um colega de trabalho de um amigo e assim por diante… Desta forma obtivemos uma rede (linear).
Redes ou hierarquias?

Rede Centralizada, Rede Descentralizada, Rede Distribuída
Diagrama de Paul Baram
Nos três desenhos acima os pontos são os mesmos, o que varia é a forma de conexão entre eles. Os três desenhos são redes, certo? Errado. Rede propriamente dita é apenas o terceiro desenho (rede distribuída). As outras duas topologias (centralizada e descentralizada) podem ser chamadas de redes, mas são na verdade, hierarquias.
Difícil até entender o poder de cada um se não sabemos distinguir uma rede igualitária de uma hierárquica. Em redes hierárquicas os indicadores de sucesso serão quase sempre comando-e-controle. Em redes distribuídas os critérios de sucesso tendem a deixar de ser baseados em características individuais para passar a ser função de um corpo coletivo: a própria rede.
Hierarquias nas redes de animais e insetos?
Da mesma forma como nos conectamos uns aos outros e formamos redes, os demais seres vivos também se comportam em rede. Abelhas têm sua rainha, os formigueiros têm seus chefes, os pássaros que voam em bando seguem sempre o seu líder, certo? Errado. Está informação de fato mudou meu ponto de vista com relação as formações de redes.
Após 17 anos de pesquisas Deborah Gordon (professora de ciências biológicas em Stanford) concluiu em seus estudos que a abelha rainha não lidera as outras abelhas. As colônias de formigas não têm chefe (nem coordenador) e os pássaros não voam seguindo o líder. “O mistério básico que cerca as colônias é que nelas não há administração… Não há nenhum controle central. Nenhum inseto dá ordens a outro ou o instrui a fazer coisas de determinada maneira. As formigas não nascem para executar certa tarefa; a função de cada uma delas muda juntamente com as condições que encontra, incluindo as atividades de outras formigas”.
Se você sempre achou que rede, era rede de computar, e rede social, facebook e orkut, espero que este post tenha lhe dado ao menos um pista de que rede é muito mais do que isso.
Conteúdos relevantes
Os três vídeos a seguir são um “resumo da ópera”
Links interessantes
Linked – Is about How Everything is Connected to Everything Else and What It means for Business, Science, and Everyday Life.
Connected – Renowned scientists Christakis and Fowlerpresent compelling evidence for our profound influence on one another’s tastes, health, wealth, happiness, beliefs, even weight, as they explain how social networks form and how they operate.
Escola-de-Redes – É uma rede de pessoas dedicadas à investigação teórica e à disseminação de conhecimentos sobre redes sociais e à criação e transferência de tecnologias de netweaving.
As diferenças entre organizações centralizadas e descentralizadas – Artigo de Martha Gabriel sobre modelo de negócio e estratégia nas redes distribuidas